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1 min readNov 13, 2024

algumas vezes
fui rei por eras
e deitei em camas
vermelhas em ouro

algumas vezes
fui porco
e me lancei a
lama sem hesitar

durante tais eras
venci e fui vencido
por indivíduos
parecido contigo

com as mesmas
falhas nos dentes
e espaços
entre as coxas

e entre esses
espaços em
que me perdia
nunca encontrava

o início de tudo
um único olhar
que me prenderia
em transe puro nervo

até olhar aos seus
que ora irreativos
ora animais
consegue ser

vermelho em tudo
que se propõe a
ser

ou melhor
roxo sonho

então como poderia
esquecer tão
facilmente
esses

inúmeros recomeços
entre troca de olhares
tão efêmeras e
insignificantes

ao interlocutor

ao fogo que apenas
existe nessas linhas
e no dedo do
poeta desesperado

como poderia
interromper esse
entorpecer que
me convence a

cada dia que passa
que eu preciso de
cada centímetro
de sua língua, pelo

acertos e erros
tomadas e pausas
viagens e falhas
todo ouro e prata

que sua arte pode
propôr neste
momento
em que

escrevo e penso
em você

querida, ao menos
você pode
não morrer?

continue me
aterrorizando
com seus olhos
de raposa

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