o céu negro nunca esteve tão embaçado e fosco
como esteve da última vez que me rendi a descansar
nuvens carregadas cobrem as cores e molham meu rosto
a chuva ácida pela manhã não hesita ao me paralisar
apresenta-se uma tempestade violenta dentro de mim
provocada pelo demônio grego o qual hipócrates deu luz
os corvos deixaram de crocitar poemas de amor
essas violetas mortas não doam sua lírica aos seus bicos mais
apenas restas pegas pessimistas ao pôr do sol
cansadas de voar em círculos e esperando para cair em solo
não se emocione, elas não irão voltar
aves negras voam pela finita eternidade esperando sua morte
procurando flores em um campo em chamas
veja, se não são animais estúpidos?