se juntam em círculos e
descartam suas preciosas
e singulares e ritmadas
risadas de jovens
entre si
um ritual
que cruza todo
amor e calor da noite
entre olhares amistosos
e passageiros
se encontram nos assentos
cinzas que um dia
foram amarelos
mas não se importam
com as cores
passeiam na areia
de mãos dadas
vestindo azul
ambos
todo amor se veste de azul, em um momento
mas não se importam
precisam dos beijos
dos abraços e dos
elogios
e das discussões
e dos sumiços
e das notícias
ou a falta delas
esperam seus carros
e relaxam enquanto
fazem carinho em suas
coxas
e as ondas
da orla da ondina
nunca seriam
suficiente para eles
nunca seriam
querem mais
e tem toda razão
em quererem sempre
semprem mais
e as estrelas rarefeitas
são detalhes de um
mundo inóspito e
desconhecido
para todos eles
a língua do próximo
é seu próprio universo
e todo significado
da morte de cristo
está no amor
enquanto eu
penso nas bençãos
tusso e cuspo de
vez em quando
os observo presos
em jaulas
meu particular
zoológico
e suspiro
pois percebo
são mais livres
do que eu
um dia poderia ser
então, escrevo um poema.