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2 min readSep 17, 2024

todas essas coisas que vocês perseguem

elas não são nada comparadas ao que é real

ou ao menos, o que é para mim

todos os dramas que vocês vivem

e as dívidas que fazem com seus pais

e as bandeiras que amam levantar

os mantras que persistem em gritar toda vez

os protestos que vão, os atos que estão

a cantina, o restaurante, os cantos das árvores

as mochilas que carregam em suas costas

e as companhias que se repetem, se encerram e se repetem

os olhos que piscam e as mãos que acenam

os sorrisos, gargalhadas que queimam a audição

os beijos, as línguas, as drogas

o sexo casual, as várias ex

as histórias repetitivas e cansativas

o modernismo em ações, as propostas de melhora

a atenção, a camisa que vocês usam

as fotos, as fotos ridículas

a pose que fazem para as fotos, segurando bebidas

as unhas, bem feitas

os cílios, bem feitos

os perfumes, quaisquer

as carreiras, os sonhos

os fogos de artifício no fim de ano

e as promessas as meia noite

as ceias de natal, as famílias que se juntam

os presentes, os milhos

as motos que compram, os condomínios que vivem

as cores que amam, as putas que comem

os vômitos que os chocam, os textos que escrevem

a soberba que os movem ao achar que devem escrever algo

os meninos tão jovens, quanto ridículos e patéticos

os mercados, o hortifruti

o açougue, o apartamento

as portas, as chaves, os cadeados

seus paus que nunca crescem

suas bucetas que nunca se apertam

suas vidas que sempre melhoram

suas casas que ficam largas cada ano que passa

suas roupas que se tornam montes de acordo ao tempo que passa

os romances que vivem e repetem

eu me exausto

para mim só sobrou a cidade, o sol quente

o subúrbio, a cerveja solitária

o falso formidável e o cansaço

eu me exausto

vocês me exaustam

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