o tom brando de azul da madrugada/manhã acompanhado de um vento frio
sussurrava pra mim as primeiras notícias do fim do mundo
encontrando meu corpo quente e aconchegado nos primeiros minutos
e esfriando minha carne, arrepiando minha pele com o aviso do apocalipse
o braço dolorido se marca debruçando na janela ao fumar um cigarro
e a fumaça se confunde com a névoa matinal, acompanha da dúvida
mortal de que se um dia tudo ficaria bem
parte de minha pele e meus olhos se perderam nessa janela
e eu sonhei que falava contigo nessa madrugada, não mais como antes
não mais um sonho esperançoso ou arrebatador
eu apenas falava contigo, mal lembro o que, mas apenas falava contigo
mas permeava em minha mente a mesma fala que havia dito
“o que podemos fazer para sermos felizes?” e em minha mente, assim como na minha carne, não obtive a resposta
mas em meu prospecto, guardo com doçura uma esperança de ter o seu amor
novamente