Por uma dessas galáxias animadas embelezadas por uma única estrela cadente que vibra em euforia, em cores, em amores;
Por um universo brilhante, distante, que uma vez por outra ocorre de me parecer muito próximo;
Por um mundo esverdeado, repleto de esperança, de forma não incômoda e assustadora, de forma que até mesmo seu olho seco sem lágrimas consiga enxergar;
Por um oceano de vias do destino, por rochas que eternizam todos os “e se’ possíveis, por um céu que fora constituído por amor, mas que após ter sua luz reduzida hoje é apenas por inveja e temor.
Sobrevive um coração palpitante em rubro desespero em meio ao vácuo do espaço, e com o tempo, bate cada vez mais devagar, cada vez mais lento.
E a razão, é tão simples quanto enxergar as luzes se esvaindo, derretendo, vazando, escapando feito areia em dedos trêmulos, a razão é desse buraco negro.
Buraco negro que ganha força em territórios incertos, mortíferos e assassinos, suicidas. Capaz de destruir tudo o que sempre quis, capaz de acabar a paz de um homem, capaz de calar o choro de uma criança. O sanguinário objeto astronômico que nomearam apenas com três letras foi capaz de destruir tudo:
A estrela cadente que vibra.
O universo que brilha.
O mundo pintado de verde.
As rochas e os mares videntes.
E a luz que fraquejava em meu peito.