Ele é um filho do pecado
O grande Diabo anda ao seu lado
E o segue feito sua maldita sombra
Os corredores de sua mente o assombra

Seu único desejo é viver plenamente
De modo que até a morte lamente
Em seu coração de ossos com pesar
O levar

Se despediu de Deus antes de ir
No inferno fez o Satanás rir
Os demônios se surpreenderam quando
Ouviram seus pesadelos e prantos

Não queria ir embora, amava a dor
Mas seu estômago revirava com temor
Clamava por um beijo antes do fim
Nela via um anjo Querubim

Em terra olhava para seu irmão
Um homem sábio de coração
Que o alertava sobre a indecência
E que o respondia com violência

Não queria ir embora, amava o cheiro
De cigarro forte e o gasto freio
Mas teve que ir, deixando lá seus pecados
Que nem por Deus, Diabo, devem ser julgados

Não olhe ainda em seus olhos
Há um brilho fosco preto muito forte
Que assim como olhar para o abismo
Te traria ao desesperado riso

Por uma falsa lírica, disse “não vou"
Quando disse “não sou um homem que sou"
Lave suas mãos com sangue e descanse
Seu coração bombeia e a Ele você implora que o arranque

Já se perguntou, se você é esse clero?
Assim como o Id é para o Ego
O grande Diabo vive em seu peito
Na próxima vez, não se assuste ao olhar no espelho

Pois verá ele, torturando as almas
Perdidas em sua mente, que com calma
Clamam sem esperança para encerrar
Esse corpo cheio de sangue esvaziar

Inflame os cadáveres com gasolina
Os incendie e aproveite a noite fria
Se aqueça com a morte alheia
E abrace os olhos que te incendeia

Mas com calma, com deleite
Comerá essa pele com azeite
Nesse podre coração a paz lhe permeia
E abrace os olhos que te incendeia

Nesse jardim de rosas eméticas
O sangue colore as pétalas
Deitado ele descansa após comer a ceia
E abrace os olhos que te incendeia

Se perguntou se existe alguém pior
Que ele mesmo, chegou a resposta maior
Não era sua culpa ter fuligem correndo na veia
E abrace os olhos que te incendeia

Mesmo sabendo disso, caminhou ao norte
Querendo ir para o sul, abraçou a morte
Pediu a última vez para deitar em sua teia
E finalmente abraçou os olhos que te incendeia