quando eu morrer serei enterrado
vestido de branco e com uma
coroa de flores na cabeça
e um banquete será servido
para absolutamente ninguém
o vento irá uivar mais quente
os cetros estarão enfiados no solo
meus poemas serão queimados
meus filmes serão esquecidos
meus sons serão abafados e
meus ex amores irão dançar
uma última vez ao redor
de meu corpo já podre
os cães sarnentos e abandonados
irão regir a última missa
e depois poderei finalmente
descansar com a tranquilidade
de fugir do ridículo
descansar no esquecimento
de olhos fechados e
com a certeza que nunca
sofrerei nenhum vexame
de olhos fechados e
apaziguado com o fato
de que apenas vou incomodar
aos últimos vermes que roerem
meus nervos enrigecidos